Representação artística da chuva de meteoros Lambda-Sculptorídeas sobre a Austrália, que será o melhor local de visualização. Créditos: Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital |
Um artigo disponível no servidor de pré-impressão arXiv descreve a descoberta de uma nova chuva de meteoros. De autoria do mundialmente respeitado meteorologista Jeremie Vaubaillon, do Observatório de Paris, na França, o relatório diz que o evento atinge o pico na próxima semana, nos céus do hemisfério sul.
O estudo prevê o nascimento desta nova chuva para a próxima terça-feira (12), entre 5h e 9h30 da manhã, pelo horário de Brasília. “A localização do radiante é próxima à estrela λ-Sculptoris (Lambda Sculptoris), então um possível nome para o chuveiro é Lambda-Sculptorídeas”.
Ainda segundo a publicação, a fonte da provável chuva de meteoros, se ela se concretizar, serão detritos deixados pelo cometa 46P/Wirtanen.
Este pequeno cometa, que tem diâmetro estimado em 1,2 km e um período orbital de 5,4 anos, foi descoberto fotograficamente em 17 de janeiro de 1948 pelo astrônomo norte-americano Carl A. Wirtanen. Devido a um número limitado de observações iniciais, levou mais de um ano para o objeto ser reconhecido como um cometa de curto período.
Registro do cometa cometa 46P/Wirtanen em sua mais recente passagem pela Terra, em 2018. Crédito: NASA
Mais recente aparição do Cometa do Natal
Em dezembro de 2018, a NASA divulgou fotos do 46P/Wirtanen, mais conhecido como Cometa do Natal. No dia 16, ele havia passado a uma distância de pouco mais de 11 milhões de km da Terra, o que dá trinta vezes a distância para a Lua.
Na maioria das vezes, ele passa muito longe do planeta para ser visível. Mas, na última visita, chegou tão perto que deu para ser visto a olho nu: foi a décima maior aproximação de um cometa da Terra em toda a era moderna e um dos mais brilhantes dos últimos 20 anos.
Antes disso, ele foi visto em 2007, 2012 e 2017, e segundo os modelos, a Terra teria encontrado a trilha de detritos ao menos nos anos de 2007 e 2018, o que poderia ter gerado chuvas de meteoros, mas que nunca foram catalogadas oficialmente. Os astrônomos que registraram a descoberta acompanharam a evolução do fenômeno em todas essas ocasiões e estão aguardando a revisão por pares de seus resultados.
O artigo fala que, pelo modelo matemático, a Terra teria encontrado a
trilha em 2007 e 2018, mas nunca teria sido reportada a ocorrência da
chuva
Os descobridores da nova chuva de meteoros ressaltam que as observações serão um desafio devido à baixa velocidade de entrada e aos tamanhos relativamente pequenos dos meteoróides. “Mesmo assim, incentivamos os entusiastas de meteoros a realizar observações científicas e enviar seus relatórios para a Organização Internacional de Meteoros (IMO)”, diz o artigo.
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